sábado, 8 de dezembro de 2012

Intercâmbios

Hoje, trago-vos um pequeno texto feito por uma rapariga Alemã, que esteve em Portugal durante um ano a fazer um intercâmbio no 11º ano de Línguas e Humanidades no Externato de Penafirme, em Torres Vedras.


Um ano em Portugal

"Imagina que sais por dez meses, ou seja, um ano lectivo, do teu país- sem pais, sem amigos. Tens de arranjar-te numa outra cultura, tens de habituar-te a outros costumes, tens de lutar com saudades e com dificuldades linguísticas. Mas por tudo isso ganhas experiência e aprendes a adaptar-te a uma outra cultura. Além disso encontras uma segunda família, fazes amigos, conheces e começas a adorar um outro país e de súbito notas que consegues falar numa outra língua sem problemas.

Eu decidi lançar-me nesta aventura e em Setembro parti do meu país, Alemanha, para fazer um intercâmbio cá em Portugal. Agora passaram oito meses e às vezes sinto-me mesmo portuguesa - quando deixo a televisão ligada mesmo se não a vejo. Quando chego atrasada e não acho que é problema. Quando não só digo "olá" como na Alemanha, mas sempre também pergunto "tudo bem?". Quando me esqueço de pôr o cinto de segurança no carro. E lembro-me de repente de muitas outras situações...
Contudo, no início tudo isto parecia-me muito estranho - e há coisas que até hoje não percebo (porque é que uma refeição tem de incluir necessariamente peixe ou carne? Porque é que ninguém toma banho no mar antes do verão?). Uma coisa a que me habituei só lentamente era que a família tem tanta importância e que os jovens cá têm menos liberdade.
Claramente, a escola também é uma grande diferença. O sistema escolar é completamente outro na Alemanha. À seguir à escola primária há três tipos de escola -  "Gymnasium" (dependendo do estado federado até ao décimo segundo ou décimo terceiro ano e com possibilidade de entrar na universidade a seguir), "Realschule" (que é até ao décimo ano e prepara para a formação profissional) e "Hauptschule" (onde andam os alunos cujas notas não são suficientes para o Gymnasium ou Realschule e que só vai até ao nono ano). Quando as pessoas cá me perguntam em que curso ando na Alemanha, sempre tenho de explicar que não há cursos lá. Também no secundário os alunos têm de andar numa maior variedade de disciplinas. É obrigatório, por exemplo, ter pelo menos duas línguas estrangeiras e além disso duas ciências.
Por fim, há também coisas que são iguais em todo o mundo: os alunos olham ansiosamente para o relógio na aula, queixam-se dos professores e resmungam por causa dos trabalhos.

Se tu também queres descobrir um outro país, não hesites, é uma experiência preciosa!"

                           Kerstin Bott esteve em Portugal através do programa AFS-Intercultura.

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